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15º Aniversário do OBCIBER: o Ciberjornalismo em Portugal

Atualizado: 19 de jan. de 2024

O marco do 15º aniversário do Observatório do Ciberjornalismo (OBCIBER) contou com a presença da comunidade académica e profissional de ciberjornalismo em Portugal que se reuniu para celebrar conquistas passadas e discutir o futuro da indústria.


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Fotografia: Miguel Rocha Pinto/CONTRAPONTO


O evento, iniciado às 14h30m pela oradora Paula Pinto Costa, diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), constituiu uma reflexão acerca do papel vital do OBCIBER desde a sua criação em 2007. O professor Fernando Zamith (docente na FLUP e diretor do OBCIBER) exibiu inicialmente dois vídeos envolventes que continham imagens dos congressos anteriores e mensagens de parabenização de figuras internacionais.


O relato dos últimos 15 anos do projeto revelou a trajetória desde os congressos iniciais no ICBAS até aos atuais desafios e conquistas. Inicialmente desafiado pelo professor Hélder Bastos em 2007, o OBCIBER estabeleceu como pontos essenciais a criação de uma biblioteca virtual, de um diretório de cibermeios e a organização de conferências e jornadas. Fernando Zamith sublinhou dois estudos notáveis já realizados, “Clickbait no Ciberjornalismo Português e Brasileiro” (2018) e “Tendências da Investigação Internacional em Ciberjornalismo” (2018).


Com uma nova imagem, que pretende simbolizar a transição para o futuro, o OBCIBER delineou planos ambiciosos para os próximos anos. Entre 2024 e 2028, o projeto definiu a realização de três edições do Congresso de Ciberjornalismo, duas edições das Jornadas OBCIBER, além da produção de cinco relatórios sobre a evolução do ciberjornalismo e de três monografias/livros/atas.


O congresso, dividido em duas partes, uma parte focada na reflexão dos 15 anos passados e outra no debate entre jornalistas e estudantes, contou com a presença de Catarina Carvalho, Rúben Martins, Teresa Abecasis e Marta Rodrigues. Os jornalistas partilharam as suas experiências, abordando desafios como a transição para formatos audiovisuais e a constante adaptação às preferências do público.


Durante o evento, Catarina Carvalho, uma das pioneiras do ciberjornalismo em Portugal, partilhou:

Em 1996, fiz a primeira notícia sobre a entrada do Diário de Notícias. O jornalismo é um verbo transitivo e se não há quem leia, não faz sentido. Ainda temos um grande caminho a fazer, um jornal é um serviço feito de produtos que são consumidos em várias situações. O jornalismo hoje não tem menos qualidade do que anteriormente. Não há meios porque não é um negócio. O que define o sucesso ou insucesso depende do público.”

Teresa Abecasis, com experiência na Renascença, Público e CNN, abordou o desenvolvimento do ciberjornalismo ao longo do tempo, sublinhando o constante crescimento das equipas. A estudante Marta Rodrigues, do Diário do Minho, salientou a importância da adaptação do jornalismo em múltiplos formatos: texto, áudio, infografia, realçando a proximidade com os jovens que a plataforma online permite. O jornalista Rúben Martins, trabalhador do Jornal Público, ao abordar os desafios contemporâneos, destacou:

“Trabalhamos numa era de serviço, informamos quando estão a ouvir podcasts, quando estão em frente a um ecrã. Quando o Público vende, não está a vender um produto, mas sim um serviço. Antes queriam que a notícia deles estivesse na primeira página; agora lutam para que a notícia esteja nas redes sociais ou em destaque na web."

As palavras dos profissionais informaram a comunidade académica não apenas relativamente aos desafios enfrentados pelo ciberjornalismo em Portugal, mas também à evolução e à importância contínua desse campo.


No final da sessão, a entrega de prémios reconheceu excelência em diversas categorias, destacando a diversidade e inovação no cenário do ciberjornalismo em Portugal. O júri, presidido por João Canavilhas da Universidade da Beira Interior (UBI), premiou o trabalho notável de várias organizações, culminando na premiação máxima de “Excelência Geral em Ciberjornalismo” para o jornal Público, também escolhido pelo público.


O OBCIBER encerra o seu aniversário com um olhar para o futuro, reafirmando o seu compromisso com a promoção e desenvolvimento contínuo do ciberjornalismo em Portugal.

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