Grávida de sete meses desaparecida na Murtosa
- Leonor Couto
- 8 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2024
Uma mulher de 33 anos, grávida de sete meses, está desaparecida há mais de um mês. O principal suspeito é o ex-namorado, Fernando Valente.

Mónica Silva está desaparecida há 3 meses. Na altura do desaparecimento, estava grávida de sete meses. Fotografia: Mónica Silva/Facebook
Mónica Silva, de 33 anos e grávida de sete meses, desapareceu no dia 3 de outubro de 2023, na Murtosa, em Aveiro. Saiu pela última vez de casa por volta das 21h00 e disse aos filhos, de 11 e 14 anos, que ia tomar café. Duas horas depois, às 23h00, ligou ao filho mais velho a avisar que estava tudo bem e que não demoraria a regressar a casa, mas nunca mais voltou.
Na quinta-feira seguinte, a 5 de outubro, a família participou o desaparecimento de Mónica à GNR da Murtosa.
O caso ficou sob alçada da Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro a 9 de outubro. Os inspetores começaram por analisar as antenas celulares com o objetivo de tentar perceber, mediante a localização do telemóvel, onde poderia estar Mónica. Segundo dados divulgados pelo Correio da Manhã, o dispositivo foi visto pela última vez em Sintra e, a par disso, não foram realizados levantamentos de dinheiro das contas de Mónica Silva. Não existia nenhum sinal de desaparecimento voluntário, uma vez que, se encontrava grávida de sete meses e sentia dificuldades em movimentar-se.
A 10 de outubro, a PJ interrogou as pessoas mais próximas da mulher que apontavam Fernando Valente como principal suspeito. O homem, de 39 anos, seria alegadamente namorado da mulher e o possível pai do bebé. O mesmo desmentiu a relação, tendo dito às autoridades que o envolvimento que teve com a mulher de 33 anos foi de apenas uma noite e que, as datas não coincidem com o tempo de gravidez, pelo que exclui a possibilidade de ser o pai do bebé, avança o Correio da Manhã.
Além de Fernando Valente, a PJ ouviu outro homem, um empresário de Anadia que, alegadamente, também teria tido relações com a mulher. O empresário negou qualquer tipo de relacionamento com Mónica Silva.
A Polícia Judiciária de Aveiro recolheu dados dos telemóveis dos dois homens apontados como suspeitos no desaparecimento da grávida de sete meses. As buscas foram iniciadas em lameiros, poços e terrenos na Murtosa e, mais tarde, em habitações relacionadas com Fernando Valente. Foram recolhidas imagens de videovigilância e confiscados os telemóveis dos homens apontados pela família como suspeitos.
No dia 15 de novembro foram iniciadas as buscas nas casas de família de Fernando Valente. A investigação incidiu numa propriedade em Cuba do Alentejo, na Torreira e na Murtosa. Perto das habitações existem casas devolutas, poços e um braço da ria, segundo a PJ, todos estes fatores poderão ser possíveis locais utilizados para o desaparecimento do corpo da vítima.
Durante a investigação foram encontrados vestígios de produtos desinfetantes no apartamento de Fernando e vestígios de sangue num dos carros do suspeito.
Fernando Valente é detido

Após as buscas, por mandado assinado pelo Ministério Público, Fernando Valente é detido pelas autoridades. É suspeito de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e aborto agravado. Os pais do suspeito também foram ouvidos, mas não foram indiciados por qualquer crime alegando que, na noite do desaparecimento, encontravam-se na companhia do filho.
O interrogatório termina a 17 de novembro. Fernando Valente não conseguiu esclarecer à juíza de instrução criminal o porquê de ter desligado o telemóvel no mesmo dia em que foi desligado o telemóvel de Mónica Silva, 3 de outubro. O empresário jurou inocência, garantiu não ter estado com a vítima e assegurou não ser o pai da criança.
Fernando Valente, 39 anos. Fotografia: DR
No dia 18 de novembro, a juíza de instrução criminal de Aveiro decretou-lhe prisão preventiva.
Suspeito passa para prisão domiciliária
Mais de dois meses depois do desaparecimento de Mónica Silva, o arguido indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e aborto agravado vai passar para prisão domiciliária.
Em comunicado, o juiz presidente da Comarca de Aveiro esclareceu que o Tribunal de Aveiro decidiu substituir a medida de coação de prisão preventiva aplicada ao arguido pela obrigação de permanência na habitação, mediante fiscalização com recurso a meios técnicos de controlo à distância.
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