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Pedro Nuno Santos eleito secretário-geral do PS

Atualizado: 19 de jan. de 2024

Novo líder obteve 62% dos votos nas eleições internas do Partido Socialista que decorreram esta sexta-feira e sábado. José Luís Carneiro alcançou apenas 36% dos votos. Cerca de 40 mil militantes compareceram para votar.


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Pedro Nuno Santos durante o discurso de vitória na sede do PS, em Lisboa. Fotografia: João Porfírio/OBSERVADOR


Nove anos depois, o PS tem um novo secretário-geral eleito. Pedro Nuno Santos, de 46 anos, conseguiu uma vantagem confortável sobre José Luís Carneiro.


Após dois dias de votação nas 21 federações socialistas espalhadas pelo país, o ex-Ministro das Infraestruturas recebeu cerca de 62%, o equivalente a 24.080 votos, enquanto Carneiro obteve 36%, o que corresponde a 14.868 votos. Daniel Agrião, que também era candidato à liderança do Partido Socialista, não passou do 1%, tendo recebido somente 382 votos.


Pedro Nuno venceu na maioria do país, em 18 federações, incluindo a do Porto, que chegou a ser presidida por Carneiro, enquanto o atual ministro da Administração Interna só ganhou em três – Vila Real, Região Oeste e Madeira.


Antes de Pedro Nuno discursar, e de forma inédita, José Luís Carneiro saiu do hotel que havia escolhido para a noite eleitoral e deslocou-se até à sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, para falar aos jornalistas. Não se cruzou com o vencedor, mas afirmou que não há qualquer mal-estar entre os dois e que está disponível “para trabalhar para o PS e, dessa forma, continuar a servir Portugal”.


Elogios a Mário Soares e António Costa

 

No seu discurso de vitória, Pedro Nuno Santos começou por cumprimentar todos aqueles que “fizeram esta candidatura possível”, bem como as pessoas que participaram nas ações de campanha.

O secretário-geral eleito aproveitou para recordar Mário Soares, que faria 100 anos em 2024, e não esqueceu António Costa, dizendo ter “muito orgulho” de ter estado junto ao primeiro-ministro “desde a primeira hora”.


Durante o discurso, referiu os adversários e agradeceu a contribuição para o “debate interno” e afirma: “Contamos com eles para trabalhar a unidade do partido. É um partido inteiro que queremos para o futuro.”

 

Quando questionado sobre a probabilidade de uma nova geringonça, Pedro Nuno Santos respondeu: “Primeiro temos umas eleições para ganhar”, apelando ao voto no PS em nome da “estabilidade” e destacando a necessidade de conquistar a confiança dos eleitores antes de abordar quaisquer acordos políticos futuros. Alianças políticas desse género, só depois, “consoante a configuração parlamentar, logo trataremos de encontrar uma solução governativa”, declarou.

 

Com uma campanha para as eleições internas do PS diferente, pois foi mais curta e não existiram debates – Pedro Nuno recusou participar – os candidatos estiveram na disputa eleitoral com a cabeça já em mente no futuro, nomeadamente, nas eleições legislativas de março.

 

Neste momento, parece que o partido já tem estruturada a mensagem que quer passar aos portugueses: a de união. As declarações do secretário-geral eleito, bem como do candidato derrotado dão a entender isso. A isto, somam-se as palavras do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que chegou ao Largo do Rato a dizer que agora o partido vai apostar na unidade.  “Unidade que não se faz apenas de pessoas, mas que tem que ser programática (...) para construir um programa eleitoral forte” e, dessa forma, ganhar as legislativas de março.

 

A tomada de posse de Pedro Nuno Santos como o nono secretário-geral do PS vai decorrer no congresso do partido que se realiza entre 5 e 7 de janeiro, em Lisboa.

 

 

 

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