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O preço do combustível em Portugal: desafios e reflexões

Atualizado: 19 de jan. de 2024

As tendências e os desafios no mercado de combustíveis em Portugal: implicações da crise energética global e ajustes na política fiscal.


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Posto de combustível. Fotografia: Michael Probst


O mercado de combustíveis em Portugal tem sofrido alterações significativas, impulsionadas tanto por tensões geopolíticas como por ajustes na política fiscal interna (leia o artigo de opinião). Mais de dois anos após o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, as repercussões globais continuam a fazer-se sentir no mercado energético, com efeitos diretos e indiretos que perpassam toda a cadeia de produção e distribuição.


O desafio que se impõe é complexo e multifacetado, abrangendo desde o abastecimento de combustíveis até à entrega de bens essenciais. As sanções económicas impostas à Rússia, aliadas à respetiva posição crítica no tabuleiro energético mundial como um dos principais produtores e exportadores de petróleo, desencadearam um desequilíbrio que culminou num aumento acentuado dos preços dos combustíveis.


Para além disso, os impostos sobre os combustíveis, que haviam reduzido acentuadamente em meados de 2022, voltaram a subir nos últimos meses. Esta inversão na política fiscal coloca um peso adicional sobre os portugueses, que já lidavam com o aumento dos preços devido ao conflito.


Preço do combustível na Europa - 15 de janeiro 2024. lustração: Margarida Rodrigues/CONTRAPONTO


A combinação destas duas variáveis – a instabilidade geopolítica e a fiscalidade - tem-se refletido diretamente nas bombas de combustível. A gasolina e o gasóleo, já afetados pela crise ucraniana e pela dependência europeia do petróleo e gás russos, são agora também influenciados por decisões políticas internas que pretendem responder a um contexto económico desafiador. Os cidadãos e empresas, que já procuravam formas de se adaptar ao aumento dos preços dos combustíveis através de estratégias como o uso de transportes públicos e veículos mais eficientes, veem agora uma pressão adicional com a subida dos impostos. Os postos de combustível, que se tornaram locais de debate sobre a mobilidade e o custo de vida, refletem esta dupla preocupação.


Futuro


Perante o cenário desafiador, torna-se evidente a necessidade urgente de uma estratégia energética sustentável e de longo prazo em Portugal, que possa enfrentar os efeitos de crises externas e promover uma transição para fontes de energia mais limpas e independentes.


A questão é crucial e não apenas para o mercado de combustíveis, mas também para o bem-estar e a economia do país. A conjuntura atual exige, portanto, um equilíbrio delicado entre as medidas de austeridade necessárias e a promoção de um desenvolvimento sustentável.


O governo português encontra-se, assim, perante o desafio de formular políticas, que não só atenuem o impacto económico imediato nas famílias e empresas, mas que também pavimentem o caminho para a independência energética do país. Este esforço passará inevitavelmente por um investimento contínuo em energias renováveis, na eficiência energética e numa infraestrutura que suporte a mobilidade sustentável, medidas essas que se esperam não só aliviar a pressão a curto prazo, mas também estabelecer os alicerces para um futuro mais verde e economicamente estável em Portugal.



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