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Elvis (2022): Um fragmento da história do Rei do Rock ‘n Roll

Atualizado: 19 de jan. de 2024

Um dos melhores filmes de 2022, com prestações exímias de Tom Hanks e Austin Butler.


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Austin Butler no papel de Elvis Presley. Fotografia: Warner Brother Studios


Elvis Presley foi o maior artista da história. Isso é certo. Revolucionando por completo a indústria musical, Elvis teve uma vida conturbada, com uma rápida ascensão ao estrelato mundial, o que contribuiu para a sua morte precoce.


Com temas como “Jailhouse Rock” ou “Can't Help Falling in Love”, que 65 anos depois continuam a marcar gerações, o cantor é relembrado pela sua excêntrica – e única – presença em palco, com movimentos que o levaram às bocas do mundo e deixaram abertas as dos mais conservadores, como o “Rubber Legs” (o movimento pelo qual é mais conhecido, que consiste no abanar de forma desmedida as pernas).


Mas a carreira de Elvis foi mais do que música. Em 1956 fez a sua estreia no cinema, sendo protagonista do filme “Love Me Tender”, prosseguindo nesta área durante grande parte da década de 1960, o que não foi bem recebido pela crítica. Em 1968 regressou aos palcos, com uma residência musical em Las Vegas.


Elvis cinematográfico


O filme “Elvis” é a prova que, mesmo ameaçados com os serviços de streaming, os grandes estúdios de Hollywood continuam na vanguarda quando falamos em criar excelentes narrativas que devem ser vistas no grande ecrã.


O filme acompanha a ascensão ao estrelato de Elvis, centrando-se na relação com o “Coronel” Tom Parker, o agente do artista de 1955 até ao ano da sua morte, em 1977. Logo nos primeiros minutos, há um monólogo do Coronel, interpretado por Tom Hanks, debaixo de uma excelente caracterização, fazendo uma introdução sobre o que se iria passar “Ora então deixem-me lá contar a verdadeira história de Elvis Presley…” É a “verdadeira” história, e não só a história, porque Parker procura provar que não matou Elvis (através de vícios), “como muitos andaram a dizer”.


O espectador começa por ver o início da carreira de Elvis que, à semelhança de outros artistas norte-americanos, teve o seu “debut” na rádio, um meio de comunicação que estava no seu auge nos anos 1950. É aqui que Parker se convence que o jovem cantor tem muito talento, convidando-o a juntar-se aos outros artistas que representava.


Quase de forma instantânea, Elvis está a gravar o seu primeiro single na RCA, uma das maiores editoras da época. A partir daqui começa o processo “standard” de qualquer artista que ganha rapidamente fama: gravar temas e fazer digressões.


O filme foge muito da realidade, uma vez que de acordo com fontes internacionais a relação entre Tom Parker e Elvis Presley não era assim tão próxima como o filme retrata. É aqui que entra a “liberdade artística”, a partir da qual Baz Luhrmann (realizador e argumentista) construiu uma nova história à volta de alguns fragmentos da vida de Elvis.


Austin Butler adaptou-se, Tom Hanks está no seu melhor


“Elvis” esteve nos favoritos na corrida às entregas de prémios em Hollywood, como os Óscares ou Globos de Ouro. A versatilidade que o filme apresenta, misturando os géneros drama e musical, aliada a uma excelente produção, levaram a que Tom Hanks tenha sido um dos possíveis nomeados ao Óscar de Melhor Ator Coadjuvante, algo que não se verificou (o ator venceu dois anos seguidos na categoria de Melhor Ator, com Philadelphia e Forrest Gump).


Hanks aparece quase despercebido no filme, com uma excelente caracterização que tenta assemelhar-se ao verdadeiro “Coronel” Tom Parker. É notório o seu empenho na personagem – que “traz de volta” o controverso empresário de Elvis Presley – conhecido por ser controlador e egoísta.


Austin Butler, embora já tenha participado em filmes como “Once Upon A Time In… Hollywood” começou a sua carreira com filmes e séries da Disney, onde ganhou fama. Este papel lança-o para a ribalta, tendo obrigado o ator a fazer uma severa adaptação à personagem, que lhe rendeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator em Cinema (Drama). Em entrevistas, Butler afirma que “tive de afastar imensas ideias sobre ele (Elvis Presley), para tentar encontrar quem ele era”.


Esta estreia nos “blockbusters” mundiais irá certamente trazer a Austin Butler papéis em produções de renome, como “Dune: Part Two”, a sequela do filme que arrecadou seis estatuetas douradas este ano, para o qual o ator já foi confirmado.


“Elvis” esteve em exibição nas salas de cinema portuguesas e está disponível para streaming na HBO MAX, recordando, mesmo aos mais esquecidos, a importância que o artista teve na música.

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