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Javier Milei eleito presidente da Argentina

Atualizado: 19 de jan. de 2024

Libertário venceu a segunda volta das eleições presidenciais com 55,7% dos votos. O presidente eleito afirma que pretende adotar o dólar e privatizar tudo o que conseguir.


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Milei durante discurso de vitória na sede de campanha em Buenos Aires. Fotografia: Natacha Pisarenko/AP PHOTO


Javier Milei venceu a segunda volta das eleições presidenciais argentinas do último domingo ao alcançar 55,7% dos votos, superando o seu adversário, o peronista e ministro da Economia cessante, Sérgio Massa, que alcançou apenas 44,2%.


Com uma diferença de mais de 11 pontos percentuais em relação a Massa, o economista chega à presidência do país que, atualmente, enfrenta uma grave crise económica.


Durante o discurso de vitória, o presidente eleito – que assume funções a 10 de dezembro – afirma que vai implementar uma política disruptiva que envolve a adoção de “um modelo baseado na liberdade” e que permita à Argentina ser “novamente uma potência mundial”.

 

Para tal, Milei vai precisar lidar com vários problemas, destacando-se a séria crise a nível económico pela qual a Argentina está a passar, e que é alimentada pelos números de inflação que chegam aos três dígitos, o que resulta num alto nível de pobreza e numa dívida ao Fundo Monetário Internacional.


Medidas de choque

 

Implementar um plano de choque é objetivo do presidente eleito que pretende romper totalmente com tudo o que foi feito pelo anterior líder, o peronista Alberto Fernández. O plano de Milei passa por abolir o Banco Central e reduzir a influência do Estado nos mercados.

 

Além do mais, espera-se a implementação, durante os próximos quatro anos de presidência, de uma série de medidas que o presidente eleito prometeu durante a campanha eleitoral, e que passam pelo corte de fundos de pensão, a eliminação dos planos de assistência social, a introdução do dólar como moeda nacional, de forma a combater a inflação atual de 143%, e a privatização de empresas como a petrolífera YPF e o canal de televisão estatal.

 

A redução de ministérios do Executivo é, também, objetivo de Milei que pretende eliminar mais de metade. Atualmente, são 18 ministérios e o novo presidente deseja manter apenas oito. Cultura, Obras Públicas, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável são alguns dos departamentos governamentais que o novo presidente argentino quer acabar.

 

Para já, ainda não se sabe quem irá integrar o novo governo, mas espera-se que o gabinete de ministros inclua pessoas ligadas à coligação “Juntos por el Cambio”, liderada por Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar na primeira volta, e que, após a derrota, decidiu apoiar a candidatura de Milei e acompanhá-lo ao longo do resto da campanha.

 

O que já se sabe é que o presidente eleito não vai ter uma tarefa fácil a nível do Congresso, pois terá de enfrentar uma maioria de deputados da coligação derrotada, a “Unión Por La Patria”, cujo maior partido, o peronista, defende ideais totalmente opostos aos de Milei.

 

Dos 257 deputados, 107 estão ligados ao peronismo de Massa, de Alberto Fernández, e da ex-presidente Cristina Kirchner, que ainda continua como o nome mais destacado desse campo político.

 

A coligação “Juntos por el Cambio”, liderada pelo Proposta Republicana, o partido de centro-direita do ex-presidente Maurício Macri, conseguiu eleger 94 parlamentes. Estima-se que, após o acordo entre a coligação e Milei, apenas dois terços destes deputados se juntem, em votações estratégicas, aos 39 libertários do partido do presidente eleito que conseguiram garantir lugar no Congresso.

 

Agora, é tempo de preparar a transição entre governos, para que, dia 10 de dezembro, Javier Milei assuma a presidência da Argentina.


Resultados segunda volta das eleições presidenciais na Argentina. Gráfico: Andresa Gonçalves

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