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Massa vence primeira volta das eleições presidenciais na Argentina

Atualizado: 19 de jan. de 2024

Numa surpreendente vitória, Sergio Massa impôs-se sobre Javier Milei, o candidato populista de extrema-direita que foi o mais votado nas primárias. A segunda volta está marcada para 19 de novembro.


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Fotografia: LUSA


Contrariando as sondagens, o candidato da coligação “Unión por la Patria” e atual Ministro da Economia, Sergio Massa, ganhou a primeira volta das eleições presidenciais argentinas do último domingo.


Com 98,5% das urnas apuradas, Massa obteve 36,68% dos votos, ficando quase sete pontos à frente do economista libertário Javier Milei, que conseguiu 29,98%.


Patricia Bullrich, candidata do movimento “Juntos por el Cambio” e oposição do atual governo peronista, foi a grande derrotada da noite eleitoral. A aliada do ex-presidente Mauricio Macri, apontada num primeiro momento como a favorita à presidência, conseguiu apenas 23,83% dos votos.


Massa, que nas primárias de 13 de agosto ficou em terceiro lugar, atrás de Milei e Bullrich, subiu 15 pontos e conseguiu impor-se, tornando-se no candidato mais votado da primeira volta, alterando, assim, a corrida presidencial. 


É um novo fôlego para o candidato da “Unión por la Patria”, cujo desempenho como Ministro da Economia tem vindo a ser questionado devido aos altos níveis de inflação registados no último ano.


Era esperado que o sucesso de Milei nas primárias se voltasse a repetir, mas tal não aconteceu. Nas últimas semanas, as sondagens apontavam para a possibilidade de uma vitória por parte do deputado e candidato do partido “La Libertad Avanza”, e não garantiam sequer que Massa ocupasse o segundo lugar.


Com um governo atual bastante impopular, uma inflação anual que chega aos 138% e com uma taxa de pobreza que atinge 40% da população, a Argentina passa por uma das crises económicas mais graves dos últimos anos.


A vitória de Massa na província de Buenos Aires, considerada um bastião do peronismo e área altamente povoada, que concentra cerca de 37% do eleitorado, foi crucial para o resultado obtido. Após o desastre nas primárias, o candidato colocou toda a máquina peronista a trabalhar fortemente, especialmente nesta província, algo que fez efeito.


No discurso de vitória na noite de domingo, Sergio Massa afirmou formar um governo de unidade nacional, caso vença a segunda volta.



No mesmo discurso, Massa admitiu ainda falhas do atual governo, liderado por Alberto Fernández, e prometeu construir “regras claras face à incerteza”, “mais ordem, mais segurança, não improvisação”.


Milei, por sua parte, frisou que este foi um “dia histórico” e durante o discurso começou já a acenar para o eleitorado de Patricia Bullrich. “Além das nossas diferenças, temos pela frente uma organização criminosa que não vai deixar nenhuma barbaridade por cometer para se manter no poder”, declarou.


Agora, os candidatos precisam aproximar-se do eleitorado de Bullrich para conseguirem a vitória na segunda volta. Massa parece ser quem vai ter maior dificuldade em convencer os eleitores da candidata da coligação “Juntos por el Cambio”.


Durante o discurso de derrota, Bullrich atacou o atual Ministro da Economia, afirmando que não iria felicitar a vitória de alguém que forma parte do “pior governo da história” e sugeriu que prefere ver Javier Milei na presidência do que uma continuação do peronismo a liderar a Argentina.


A disputa presidencial no país sul-americano termina com a segunda volta das eleições, a 19 de novembro. Cabe ao povo argentino decidir se quer continuar com o peronismo, que já tanto conhece, e eleger Sergio Massa, ou se prefere enfrentar o desconhecido e eleger, pela primeira vez na história, um libertário, neste caso, Javier Milei.

 

 

 

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