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Valorizem os alunos que ainda querem ser professores

Atualizado: 18 de jan. de 2024


António Ferreira sobre o ensino português

A carreira docente já passou por várias fases, em que realmente ali na década de 90, por exemplo, a falta de professores obrigou a que fosse necessário arranjar pessoas qualificadas sendo que algumas delas nem sequer tinham formação em ensino. Há professores hoje em dia que dão aulas e que não têm formação na parte pedagógica ou fizeram-na posteriormente, e depois temos professores que também foram fazendo formação ao longo da carreira.


Ainda assim, nós estamos a entrar numa dessas fases e, efetivamente, estamos a cair outra vez na falta, ou seja, aquele excesso que se calhar se verificou há alguns anos, está a culminar agora na falta . Esta falta é explicável através de vários factores. Por exemplo, um jovem que esteja numa licenciatura na área do português e que queira ingressar no mestrado submete-se, em muitas faculdades, a uma entrevista mas também à realização de uma prova à qual muitos alunos normalmente não conseguem passar. A minha questão é, tendo em conta a situação atual, importa estar a realizar provas ou não era logo agarrar nestes jovens, provavelmente que até têm uma média engraçada, isto é, no ponto de vista de necessária ou interessante para explorar no mestrado, e colocá-los a ter cadeiras pedagógicas para depois iniciarem o seu trabalho nas salas de aula através dos estágios pedagógicos remunerados. Ou vamos, por outro lado, deixá-los seguir outras áreas, ou estarem um ou dois anos parados a tentar fazer melhorias de notas e a prepararem-se para a dita prova. 

               

É sabido que existiu o congelamento das carreiras, que têm existido progressivas alterações, mas no que isto vai culminar nós não sabemos, não é verdade? E fala-se muito dos apoios, tenta-se tapar os olhos de muitas maneiras, mas a verdade é que há questões que ficam um bocadinho abertas, não é? E também, quanto a isto, não consigo dar uma resposta muito plausível.


Estamos a caminhar para uma transição digital, que nos deve preocupar bastante, porque nós não reunimos meios necessários para essa mesma transição digital e além disso sinto que os nossos alunos, apesar de fazerem parte desta geração tecnológica e apesar de terem de acompanhar esta evolução, temos que destacar o facto de que o ensino não pode ser movido apenas e somente pela tecnologia. A tecnologia deve ser encarada como um recurso, não como um meio para a aprendizagem. Isto não está a ser de todo um aspecto que esteja a beneficiar as escolas, muito pelo contrário.

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